domingo, 10 de julho de 2011

Prédio histórico de Santos abrigará USP na cidade

Um prédio ligado à história dos transportes coletivos de Santos irá sediar um campus avançado da USP - Universidade de São Paulo. A previsão é de que, já em 2012, tenham início as aulas do curso de graduação em engenharia de petróleo e o mestrado em sistemas logísticos.
De acordo com a universidade, a transferência do curso para o litoral se deve à necessidade de atender à demanda gerada pelas instalações da Petrobras na cidade para a exploração do petróleo do pré-sal na Bacia de Santos.

Além da antiga garagem dos bondes e trólebus, também o prédio da Escola Estadual Cesário Bastos - vizinho a garagem, também está no projeto.

Não é toda a garagem da antiga CSTC e sim somente o prédio que abrigou os bondes e posteriormente os trólebus, com entrada pela rua João Éboli e lateral com a rua Treze de Maio, na Vila Mathias.

HISTÓRIA

O conjunto de prédios da antiga "The City of Santos Improvements Company" abrigou o sistema de bondes de Santos, desde a época dos bondes puxados a burro, so século XIX.

O prédio principaL, na imagem abaixo, hoje abriga a oficina de bondes (do sistema turístico) e, conforme citado acima, não faz parte do novo campus da USP.

O prédio principal não fará parte do novo Campus da USP
Acima, uma montagem do prédio principal, o "antes e o depois". Ali começou a história dos bondes de Santos.  Hoje o prédio acima abriga as oficinas da CET - Companhia de Engenharia de Tráfego, incluindo a "fabrica de bondes", do sistema turístico.

Depois foram construídas outras garagens no terreno, para abrigar mais bondes, sendo que em um deles será implantado o campus da USP:

Lateral do prédio, na rua Treze de Maio
Prédio da rua João Éboli, no início da rua Júlio Conceição que abrigará o campus da USP

Nas imagens acima, feitas em 2007, já como garagem da prefeitura, note ainda o símbolo da CSTC, e se você observar na entrada ao lado, na parte superior ainda verá uma "curva" da fiação aérea dos trólebus, que já não entravam naquela garagem havia vários anos. A foto acima está disponível no site Panoramio http://www.panoramio.com/photo/5135586 e também no Google Earth, Google Maps e outros sites relacionados. No link você poderá ver o mapa da localização do prédio.

Abaixo, uma foto da época dos bondes,. com um caminhão de cabos e funcionários fazendo instalações.

Foto: Museu da Telefônica
E abaixo, os bondes podem ser vistos na porta, em 1950:

Foto reprodução do inventário da City, na época da transição para a Prefeitura

Em 1951 o acervo - prédios e bondes - da antiga City passaram a ser da prefeitura de Santos, através do Serviço Municipal de Transportes Coletivos, o SMTC. Já em 1963 foi inaugurado o serviço de trólebus, e a garagem acima então passou a abrigar os novos veículos. Os bondes passaram a ocupar outra parte da garagem. Os trólebus saíam por esta porta, e os bondes pela entrada principal.

Posteriormente os ônibus foram para uma outra garagem, no final da rua Rangel Pestana.

Em 1971 foi extinto o serviço de bondes, então a garagem foi ocupada somente pelos 50 trólebus.

Em 1976, o SMTC foi transformado em Companhia Santista de Transportes Coletivos. Os trólebus tiveram um declínio, mas em 1979 deu-se início a reforma de 25 trólebus, e aquisição de mais 7. Em 1988 mais 6 trólebus foram incorporados a frota.


Uma foto do local em 2003, que ainda mantinha uma parte da rede aérea dos trólebus.


Porém novamente os trólebus não foram tendo a devida atenção e o sistema reduziu a apenas 7 trólebus restantes. Em 1998 a Viação Piracibana assumiu os trólebus, e então os levou para a garagem do Jabaquara, com entrada pela a avenida Francisco Manuel.

No ano 2.000 os bondes voltaram a circular em Santos, e as antigas oficinas de bonde, no prédio principal voltaram a ter a sua função original. Já a garagem continuou a ser estacionamento de ônibus especiais da prefeitura, e até mesmo de um antigo trólebus FIAT, que no início dos anos 1990 virou biblioteca volante. Com o passar dos anos, o velho FIAT permaneceu "esquecido", sem uso e transformando-se em sucata. Em 2003 uma foto revelou para os aficcionados que o exemplar ainda existia e até pouco tempo atrás era possível ver por uma das entradas da garagem que será o futuro campus.

Vale lembrar deste antigo exemplar, que poderá ainda ter um futuro restauro, como ocorreu com os pouquíssimos bondes que restaram do fim em 1971. Então, deve-se estar atento a esse exemplar.


Um comentário:

  1. Oi Emílio!
    Ai que saudade dos trólebus! Lembro sempre do 4 que usava para ir e vir do Guarujá...nunca entendi muito bem a retirada deles e não gostava quando diziam que eram um "trambolho". Pelo menos não poluiam o ar como estes de hoje!
    Parabéns pelo post, ficou ótimo! Já havia lido no jornal sobre a vinda da USP.
    Um abraço, Renata
    palpitandoemtudo

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